domingo, 21 de junho de 2009

Misturar faz bem

Purificar a raça. Aperfeiçoar o homem. Evoluir a cada geração. Se superar. Ser saudável. Ser belo. Ser forte. Todas as afirmativas anteriores estão contidas na concepção de eugenia, ou ainda ser “bem-nascido” segundo Francis Galton previa no século XX. A partir daí, para ser o melhor, o mais apto, o mais adaptado é necessário competir e derrotar o mais fraco pela concorrência. Luta de raças. Para a política, luta de classes.
Esse aprimoramento genético que é defendido em muitas teses por todo o mundo, acomete aos ensinamentos darwinistas de seleção natural. A aplicação de toda essa temática é vasta e funesta. Considerando-se superiores a outras raças, os eugênicos se acham no direito de exterminar ou regredir os menos favorecidos geneticamente e assim promover a civilização sob as suas óticas, como em tristes episódios do Holocausto; da Ku-Klux-Klan nos EUA; ou ainda o hábito espartano e, atualmente chinês, de eliminar os recém-nascidos mal-formados.
Contudo tem-se o Brasil, que sofreu e ainda sofre uma miscigenação hermeticamente positiva. Mas como se isso não bastasse, a eugenia é uma teoria consideravelmente aceita e praticada até mesmo por brasileiros, como o renomado autor Monteiro Lobato, que através de “O Presidente Negro”, sua obra mais polêmica, expõe negativamente o choque de raças humanas previsto em seu porviroscópio. Apesar de ser um mulato, Lobato ainda defende uma segregação racial aos moldes da decorrida nos EUA, livrando assim o Brasil e o mundo da promiscuidade, sendo esses cruzamentos a prova viva da degeneração da raça pura.
Acredita-se através de estudos científicos que o único fator determinante na constatação de inteligência ou superioridade é o meio em que se vive. Portanto, classificar pessoas como superiores ou inferiores a partir de fatores sócio-econômicos, raça ou ainda crença é algo que foge absurdamente do real. Essa mistura tão condenada pelos eugênicos se trata de algo imprescindível na formação de um povo forte, completo e interessante como o Brasil.

Nítido contraste

A mudança foi brusca, não há como negar. Quebrando literalmente o protocolo de todas as tradições, Barack Obama assume o comando da Casa Branca. Acredita-se que o presidente negro e de descendência muçulmana (leve ironia do destino) surge em um dos mais difíceis momentos da história estadudinense. Contudo, os norte-americanos estão plausivelmente acostumados em seres surpreendidos por políticos promissores nos momentos mais adversos. A exemplo disso tem-se os 4 mandatos de Franklin Roosevelt e de seu "New Deal" posterior ao crack da bolsa de Nova Iorque em 1929.
De um ano pro outro, as relações diplomáticas dos EUA parecem ter sofrido uma reviravolta de 360°. De um lado invasões por ogivas nucleares (ou petrolíferas?) e do outro tentativas de reaproximação gradual com países onde a democracia está longe de ser algo concreto, como é o caso do Irã, estado legitimamente teocrático que vem passando por lamentáveis eleições fraudulentas.
Diferenças a parte, o fato é que Obama tem uma árdua missão pela frente. Em um momento totalmente neokeynesianista, em que o Estado por diversas vezes age a favor da economia injentando bilhões de dólares ou salvando grandes empresas em concordata, faz-se necessária a empresa de alguém com o perfil do novo presidente. Além de é claro saber lidar com as constantes ameaças nucleares de países como a Coréia do Norte e o Paquistão. Pois, apesar de fortemente afetado pela crise financeira, os EUA estão longe de aposentar o posto de maior potência militar e econômica mundial, ainda que alguns tigres asiáticos assustem.

sábado, 20 de junho de 2009

Incoerência ambiental

O Novo Código Ambiental de Santa Catarina imposto recentemente pelo governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB - absolvido pelo tribunal por usar dinheiro público em campanha) vem gerando polêmica. Dentre as principais mudanças, destaca-se a diminuição da mata ciliar ou galeria, de 15 para 5 metros em pequenas propriedades e para 10 nas grandes.

O curioso é tal implementação ser feita logo após uma das maiores catástrofes ambientais registradas na história catarinense, a enchente de 2008. Apesar do governador Luiz Henrique declarar que "a natureza nos foi extremamente cruel, até mesmo se não houvesse desmatamentos a tragédia iria ser a mesma", sabe-se muito bem que a situação foi fielmente agravada pela ação antrópica.

Logo após a enchente de 1982 em que a cidade de Blumenau foi mais atingida, houve um acentuado crescimento desordenado e sem planejamento, principalmente ambiental. Contudo, o governo estadual não aprendeu nem mesmo com a "dor" e age mais uma vez a favor do agronegócio, a exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O novo código prevê que o produtor vai preservar uma área e receberá por isso. O dinheiro virá de um fundo instituído pela lei e regulamentado em até 180 dias pelo governo do Estado.

A exemplo de tais iniciativas tem-se também a regulamentação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. A infelizmente antiga zona de preservação permanente do estado, situada na região da grande Florianópolis acaba de sofrer modificações que dizem respeito até mesmo a desapropriação de terras familiares lá residentes.

O incoerente é o estado catarinense querer sobrepor uma lei federal, pois apesar de não posto em prática e sustentado por liminares, o Código Florestal Brasileiro implementado em data anterior à Ditadura Militar é um dos mais rigorosos do mundo. O questionamento que fica é o seguinte: até quando autoridades da bancada ruralista vão pensar somente em seus investimentos virtuosos e irão passar a agir em conjunto em prol da sustentabilidade econômica e social? O tempo dirá, se não antes a natureza por mais uma vez falar mais alto.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mais uma vitória do capital

Na última quarta-feira pôde-se acompanhar a votação que resultou na lastimável perda para o Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). Com consideráveis 7 votos contra 1, O STF (Supremo Tribunal Federal) dá fim à antiga briga a favor da não obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalista.
Com toda a certeza, quem perde com isso é a população. Considerada como o Quarto Poder, a mídia exerce papel de peso na sociedade em que se vive. Surgida com a vinda da família Real ao Brasil, já foi responsável por inúmeros acontecimentos memoráveis, até mesmo de derrubadas presidenciais como a de Getúlio Vargas provocada pelo "urubu" e então jornalista Carlos Lacerda.
Mais uma vez, o Supremo age a favor da elite burguesa nacional. Ao invés de enfim lançar uma Lei de Imprensa concisa para nivelar a qualidade da imprensa brasileira, desvaloriza a profissão formadora de opiniões... E o "proletariado" jornalista é mais uma vez atacado friamente.
O que me consola é o fato de que após 40 anos de diploma e consolidação jornalística, a não exigência do diploma coloca um novo desafio: conquistar o seu próprio espaço na sociedade e a sua própria inserção no mercado de trabalho profissional. As boas universidades, os bons cursos continuarão como referência do Jornalismo e continuarão formando bons jornalistas para a sociedade brasileira. Assim espera-se.

domingo, 14 de junho de 2009

Olá!

Dou início a este blog em uma fria manhã de domingo, após escutar infinitas vezes Nando Reis e Cássia Eller, daí o nome.
Espero encontrar aqui uma válvula de escape à todas as minhas inseguranças e incertezas, praticando o que eu mais gosto que é escrever!
Bom, e como é difícil começar. Por hoje, deixo a música falar por mim...

Os Paralamas do Sucesso - Saber Amar

A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo
Saber amar
É saber deixar alguém te amar
Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio
Saber amar
É saber deixar alguém te amar
O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar