domingo, 12 de julho de 2009

Direitos humanos para humanos direitos?


Neste ano comemoram-se os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos. Fato honroso de merecida comemoração. Ainda que a realidade que tange esse aniversário não seja das melhores...
Imposto com o fim da Segunda Guerra Mundial, pela então também criada ONU, logo após milhares de pessoas (gente como a gente) serem barbarizadas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos dá os primeiros passos como em tentativa de arrefecer as consequências de toda a catástrofe.
Compõe-se hoje 6 bilhões de habitantes no planeta, mas que por vezes são tidos como invisíveis. E é exatamente sob essa égide, que a violação tão constante "da igualdade perante a lei; do direito de ir e vir" faz-se presente.
Exemplos contundentes disso são expostos frequentemente. Casos como o de Nelson Mandela, Chico Mendes ou ainda de Dorothy Stang parecem não ser suficientes para lutar-se pelo outro; combater-se preconceitos e discriminações; assegurar-se o reconhecimento da igualdade; em suma, ser idealista.
A despeito de toda a luta em favor dos direitos humanos há ainda muito o que se fazer. Países da América Latina muito sofrefram com autocracias militares no passado que, ainda hoje, fazem questão de mostrar seus evidentes tentáculos. "
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade" afinal os Direitos Humanos se concretizam na sua própria luta. Por conseguinte não deve-se cair no conformismo. Pois se muito foi caminhado em seis décadas, ainda não foi o bastante.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Poder esquecido


Nos remotos tempos em que a ditadura foi instaurada no Brasil, os "caras-pintadas" iam às ruas clamando ensandecidamente por mais liberdade e escolha. Nesse âmbito arraizou-se na sociedade a idéia de que a reconquista democrática era não só a condição necessária para restaurar a liberdade civil mas tambem suficiente para o país conquistar com solidez a justiça social e o crescimento econômico.
Hoje, conquistado tal poder, é evidente o despreparo das lideranças políticas, que deixam que a democracia fomente libertinagem ao invés de liberdade. Contudo falham Estado e sociedade. Faltam capacidade governamental e disposição social; sobram aproveitadores e acomodados. A garantia da liberdade individual não pode ser suficiente para a burguesia; faz-se necessária uma mudança de pensamento, em virtude de assegurar o que de melhor foi dado ao povo.
Exemplos diários são dados na mídia de avaliações democráticas. Acerca disso vale destacar a censura existente na China. ou ainda a crescente intervenção estatal dos EUA em sua economia, pondo em risco valores democráticos e neoliberais. Talvez uma reestruturação seja inevitável, a exemplo do que vem ocorrendo na América Latina Populista e em sua democracia de massa.
Superar o formalismo vazio e falacioso da democracia liberal significa reinventá-la considerando as reações das condições concretas de injustiça. Tornar a democracia substantiva é fundamentar e recriar novas relações políticas, econômicas, interpessoais e, acima de tudo centrar o foco na construção e legitimação do Poder Popular, honrando as lutas democráticas feitas no passado; ainda que escândalos políticos não se cansem em tentar manchá-la.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O mal da vida contemporânea


Há cerca de um mês o mundo foi paralisada com o surgimento do novo vírus H1N1 da gripe suína, pondo em xeque a fragilidade humana e mundial na tentativa de evitar-se uma pandemia. Porém, essa é uma antiga realidade. A população ao passar dos anos já enfrentou muitos inimigos fatídicos como surtos de ebola, gripe espanhola e varíola. No século 21 as epidemias não pararam de surgir, e junto delas outro mal assola a vida moderna: a depressão.
Na sociedade atual ensina-se que para ser uma pessoa de sucesso é preciso ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucos deram certo, o que é uma loucura. A multidão que não alcançou tal proporção é tida como fracassada e o resultado disso é um mundo vítima da depressão, doença que acomete 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídios que homicídios.
Parte da culpa de toda essa temática está na depressão das aparências, que atinge a mulher que embora não ame mais o marido, mantém o relacionamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz sentir-se realizado, mas o faz sentir-se seguro. Faltam heróis de verdade. Heróis que trabalhe para realizar seus projetos de vida e não para impressionar os outros, fomentando ainda mais uma sociedade de aparências por excelência, em que as pessoas não conseguem ser, nem ter, mas querem ao menos aparecer.
Em todo esse contexto a hipocrisia faz-se presente, principalmente em meios corporativos que vivem num faz-de-conta e contratam quem melhor sabe fingir. Falta às pessoas competência, auto-estima e corência. E o mais importante de tudo: aceitar que não há um único caminho para se fazer as coisas. As metas são importantes para o sucesso, mas não para a felicidade.